Dois dos nomes mais curiosos da cena canadense estão juntos no colaborativo Hildegard (2021). De um lado, a cantora, compositora e multi-instrumentista Ourielle Auvé, a Ouri, no outro, a musicista Helena Deland. Dessa parceria vem as oito composições que integram o curioso registro que se espalha em meio a batidas inexatas, ruídos e momentos de maior experimentação. Instantes em que a dupla de Montreal parece dialogar com nomes como Smerz e OKLOU, porém, partindo de uma abordagem completamente inexata, torta, conceito que se reflete até o último segundo da obra.

Esse é o primeiro grande lançamento de Deland desde o material entregue no ainda recente Someone New (2020), primeiro álbum de estúdio da artista norte-americana e uma colisão de faixas ora marcadas pelo caráter acolhedor, ora imersas em estrutura pouco usuais. Já Ouri, dona de uma sequência de músicas que se acumulam ao longo da última década, revelou há quatro anos o disco Superficial (2017), obra em que transita por entre estilos e diferentes abordagens criativas de maneira sempre particular, estímulo para a construção de músicas como Left Me e Switchy Loco.

Hildegard – Hildegard