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Críticas

The Pains Of Being Pure At Heart

: "The Echo of Pleasure"

Ano: 2017

Selo: Painbow

Gênero: Indie Rock, Rock Alternativo

Para quem gosta de: A Sunny Day in Glasgow e Fear of Men

Ouça: When I Dance With You e Anymore

7.3
7.3

Resenha: “The Echo of Pleasure”, The Pains Of Being Pure At Heart,

Ano: 2017

Selo: Painbow

Gênero: Indie Rock, Rock Alternativo

Para quem gosta de: A Sunny Day in Glasgow e Fear of Men

Ouça: When I Dance With You e Anymore

/ Por: Cleber Facchi 07/09/2017

Do som ruidoso e artesanal que marca o primeiro álbum de estúdio do The Pains of Being Pure at Heart, pouco parece ter sobrevivido. Em um intervalo de apenas dez anos, o vocalista e líder Kip Berman fez do projeto nova-iorquino um curioso experimento, flutuando por entre gêneros, referências e diferentes décadas musicais. Um permanente desejo de mudança que se reflete nas canções do recém-lançado The Echo of Pleasure (2017, Painbow).

Quarto álbum de inéditas da banda, o sucessor do bom Days of Abandon, lançado em 2014, amplia a passagem de Berman pela música produzida no final dos anos 1980. Longe do pop-rock melódico de veteranos como The Smiths, o grupo nova-iorquino parte em busca de novas referências, provando de sintetizadores, temas eletrônicos e arranjos típicos de bandas como Pale Saints, The Sundays, Lush e outros tantos projetos que surgiram há mais de duas décadas.

Perfeita representação dessa mudança instrumental por parte da banda ecoa na pegajosa When I Dance With You. Íntima do mesmo som melódico que embala faixas como Young Adult Friction e A Teenager in Love, alguns dos principais exemplares do primeiro álbum do grupo nova-iorquino, a faixa de quase cinco minutos se espalha sem pressa em meio a sintetizadores e batidas dançantes, distanciando a banda de uma possível zona de conforto.

A mesma sonoridade ecoa com naturalidade logo na música de abertura do disco, My Only. Enquanto Berman confessa os próprios sentimentos, resgatando memórias afetivas de um passado ainda recente, um coro de vozes complementares e guitarras sujas crescem ao fundo da canção. Terceira faixa do álbum, The Garrett reflete a mesma ambientação, servindo de base para o ritmo acelerado e versos pegajosos que ganham ainda mais destaque na faixa-título do trabalho.

Embora acessível, pop, The Echo of Pleasure não impede o uso de boas guitarras e ambientações sujas, próximas dos primeiros discos da banda, principalmente Belong, de 2011. Prova disso está na segunda canção do álbum, Anymore. Ao mesmo tempo em que a composição parece dialogar com parte expressiva do presente registro, efeito direto do coro de vozes que acompanham os versos, a todo instante surgem blocos imensos de ruídos e distorções.

Mais do que um exercício particular de Berman, The Echo of Pleasure ainda se abre para a chrgada e profunda interferência de velhos colaboradores da banda. É o caso da cantora Jen Goma (A Sunny Day in Glasgow), músicos como Jacob Danish Sloan e Kelly Pratt, além do próprio Andy Savours, também responsável pela produção do antecessor Days of Abandon. Um catálogo de ideias, vozes e instrumentistas que contribui para o completo crescimento da obra.

 

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.