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#15. Nina Becker – Azul/Vermelho
Se uma palavra pudesse definir o som que a cantora Nina Becker expressa em seus dois discos de estreia “Azul” e “Vermelho” com certeza seria “delicadeza”. Estranho é rotular o trabalho da cantora como “MPB”, fica parecendo uma definição tão arcaica tamanha a qualidade das canções exploradas em seus discos.
Enquanto “Vermelho” apresenta ao ouvinte algumas canções já conhecidas da cantora como De um amor em paz, do disco da Orquestra Imperial, além de uma versão para Lágrimas Negras, composição de Nelson Jacobina e Jorge Mautner, “Azul” é onde Becker aflora seus ineditismos. O tom melancólico é a principal característica de todas as faixas do disco. Os instrumentos são visivelmente apenas plano de fundo, dando espaço para que a suave voz da cantora possa brilhar. (Resenha)
Female Vocalists/Pop/Alternative
http://www.myspace.com/ninabecker
Ouça: Toc Toc
#14. Thiago Pethit – Berlin, Texas
Vindo de uma série de EPs e faixas soltas pela web o primeiro disco de estúdio do paulistano Thiago Pethit é uma ode à melancolia. Se instrumentalmente o álbum é singelo e se rodeia de instrumentação acústica e quase minimalista, as letras e composições de Pethit dão grandiosidade ao disco. As faixas são rodeadas do mais sincero sentimentalismo que se desenvolvem a partir da voz solitária do músico ou da curta participação com Hélio Flanders (Vanguart) em Forasteiro.
Além da aura folk no melhor estilo Bright Eyes ou Elliott Smith, Berlin, Texas vem repleto de elementos que remetem à sonoridade dos cabarés, como fica visível em Voix de Ville cantanda inteiramente em francês. O álbum vem repleto de canções já conhecidas do público, como Fuga Nº1 e Birdhouse, porém é no ineditismo de Mapa-Múndi, Não se Vá e outras faixas que o músico conquista seu ouvinte.
Indie/Folk/Singer-Songwriter
http://www.myspace.com/lepethitprince
Ouça: Não se Vá
#13. Cérebro Eletrônico – Deus e o Diabo no Liquidificador
Se com Pareço Moderno de 2008 o Cérebro Eletrônico se mostrava uma das bandas mais promissoras do cenário independente nacional, Deus e o Diabo no Liquidificador seu mais recente trabalho só eleva ainda mais o status e sua relevância dentro do rock brasileiro. Quando Tatá Aeroplano canta “Perdi a decência/ Ontem eu/ perdi a Noção” na faixa que abre o disco ele apresenta o sentimento e a postura que se deve ter ao ouvir o novo trabalho do grupo. Deixe sua cabeça, sua compostura e tudo para lá, afinal, para ouvir o novo álbum do grupo é preciso deixar sua mente viajar.
Viagens lisérgicas e afirmações sobre as drogas (principalmente a maconha) estão presentes em todo o trabalho, a banda, porém, consegue explorar tais temas de maneira divertida, sem que para isso precise cair nos clichês de outros artistas que se aprofundam na temática. “O Fabuloso destino do Chapeleiro Louco” é a faixa que melhor traduz tais “viagens” abrindo com “Ontem eu fumei um baseado/estava tão sozinho e tão tranquilo” somado a distorções e efeitos de guitarra que crescem e diminuem durante toda a faixa. (Resenha)
Psychedelic/Alternative/Experimental
http://www.myspace.com/cerebroeletronico
Ouça: Cama
#12. Inverness – Somewhere I Can Hear My Heart Beating
Imerso em texturas suaves de guitarras, teclados, efeitos e sons ambientes o disco fica marcado pela sutileza de tais elementos que se encaixam quase que perfeitamente nas dez faixas que compõem o trabalho. As influências da banda são claras: O experimentalismo pop do Animal Collective, os paredões de guitarras e distorções do My Bloody Valentine, Galaxie 500 e Slowdive além de uma aura de Radiohead no disco Kid A.
Menos urbano que o trabalho anterior, o também excelente Forest Fortress lançado em 2009, o novo disco da banda segue em cima de uma aura muito mais bucólica e orgânica, seja pela inserção de flautas ou pelo extenso uso de violões em boa parte das músicas. As guitarras, porém não são deixadas de lado, fato que pode ser exemplificado pelas faixas Room in Twilight (que parece ter saído de alguma banda de shoegaze rock dos anos 90) ou Life’s Echoes. (Resenha)
Experimental/Psychedelic/Shoegaze
http://www.myspace.com/invernessbrasil
Ouça: Room In Twilight
#11. Lestics – Aos Abutres
“Mordida de urso dói/ fumar dinamite dói/ brincar bem bonzinho não dói/ mas também não tem graça” assim canta Olavo Rocha em “Dorme Que Passa” terceira faixa do novo e primoroso disco do Lestics. O trabalho iniciado pelos paulistanos Umberto Sarpieri e Olavo Rocha chega ao seu quarto volume unindo com destreza folk, country, rock alternativo e por que não música pop.
Bem mais acessível e menos melancólico que o trabalhos anteriores (a banda já lançou “9 Sonhos” e “Les Tics” em 2007 e “Hoje” em 2009) “Aos Abutres” conta com canções pegajosas que tocariam facilmente em qualquer rádio. As letras são visivelmente o elemento mais marcante do disco, trabalhadas de maneira sincera e explorando desde temas existencialistas como em “Dois de Paus” (Entrou na vida tropeçando/ No cordão umbilical/ E vai seguir desgovernado/ Até a queda no final), nostalgia em “Tudo é memória” ou mesmo exaltações amorosas como na faixa de abertura “Travessia”.
Lestics é uma das poucas bandas que conseguem aplicar palavras como catapultado, aneurisma, câncer de pulmão ou cordão umbilical sem que com isso soem estranhos ou pretensiosos. (Resenha)
Indie/Folk/Alternative
http://www.myspace.com/lestics
Ouça: Dorme que Passa
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.