Ano: 2025
Selo: Independente
Gênero: Eletrônica
Para quem gosta de: Irmãs de Pau e Jup do Bairro
Ouça: Vagabunda, Sunga Linda e Eu Vou Ser Pai
Ano: 2025
Selo: Independente
Gênero: Eletrônica
Para quem gosta de: Irmãs de Pau e Jup do Bairro
Ouça: Vagabunda, Sunga Linda e Eu Vou Ser Pai
De Pabllo Vittar à Linn da Quebrada, de Jup do Bairro às Irmãs de Pau, não foram poucos os artistas que encontraram na relação com a dupla CyberKills o estímulo para um repertório sedento, quente e pronto para as pistas. Não por acaso, ao mergulhar em Dedo No Cue (2025, Independente) a dupla formada pelos produtores Rodrigo Oliveira e Gabriel Diniz decidiu potencializar essas ideias de forma bastante explícita.
Marcado pela força das batidas e versos consumidos pelo erotismo, o registro de 17 faixas transporta para dentro de estúdio parte da energia explícita nas apresentações ao vivo do CyberKills. São composições que combinam elementos de techno, trance, acid house, hyperpop e funk de maneira intensa, como um convite irrecusável dos dois artistas a se perder pelas pistas em companhia de um grupo seleto de colaboradores.
Em Sunga Linda, por exemplo, a voz inalterada de Bia Soull confessa fantasias em meio a sintetizadores e batidas cuidadosamente encaixadas. Já em Eu Vou Ser Pai, com vozes de Maritza, a dupla segue o sentido oposto, investindo em um som que tende ao industrial. Surgem ainda canções como Toda Boa, encontro com MC Erikah que vai do funk automotivo às raves da década de 1990 de forma deliciosamente insana.
Nada que prepare o ouvinte para Vagabunda. Completa pela participação de Katy da Voz e as Abusadas, Jup do Bairro e PZZS, a faixa concentra o que há de melhor no tipo de som explorado pelo CyberKills. São pouco mais de três minutos em que somos arremessados de um canto a outro enquanto versos altamente pegajosos e explícitos parecem trabalhados para grudar na cabeça do ouvinte logo na primeira audição.
Embora marcado pela pluralidade de estilos na maior parte do tempo e repleto de boas colaborações, o número excessivo de canções e pequenas repetições estilísticas fazem com que o trabalho pese sobre o ouvinte. São músicas como Pica de Trem, Vou Penetrar, Bota Pica e Chupa Devagar que se sustentam a partir de um verso cíclico e sem grandes alterações rítmicas, criando a sensação de uma obra repetitiva.
Ainda assim, Dedo No Cue nunca perde o senso de humor ou a habilidade de envolver o público em uma coreografia instintiva de prazer e provocação. Mesmo quando a fórmula se repete, há algo de irresistível na maneira como o CyberKills conduz o registro em direção às pistas. Uma deliciosa combinação de malícia, ironia fina e batidas inescapáveis que evidenciam o compromisso da dupla em fazer o ouvinte dançar.
Ouça também:
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.