Ano: 2025
Selo: Sub Pop
Gênero: Electropop
Para quem gosta de: Tkay Maidza e FKA Twigs
Ouça: All I Wanna Do Is Party e Bet On Me
Ano: 2025
Selo: Sub Pop
Gênero: Electropop
Para quem gosta de: Tkay Maidza e FKA Twigs
Ouça: All I Wanna Do Is Party e Bet On Me
Há dois anos, quando deu vida ao primeiro trabalho de inéditas da carreira, Good Luck (2023), havia um claro interesse de Debby Friday em testar criativamente os próprios limites em estúdio. Não por acaso, cada uma das faixas, gestadas em parceria com o produtor Graham Walsh, pareciam levar a artista para diferentes direções, proposta que ganha novo resultado nas canções de The Starrr Of The Queen Of Life.
Como indicado nos minutos iniciais da obra, em 1/17, a nigeriana radicada canadense agora se aventura pelas pistas, investindo em uma sequência de faixas altamente dançantes. É como se a artista seguisse de onde parou em Hot Love e demais canções do gênero no álbum anterior, porém, partindo de uma proposta ainda mais acessível e estruturalmente íntima do mesmo pop anfetaminado de Charli XCX em Brat (2024).
Exemplo disso fica bastante evidente em All I Wanna Do Is Party. Enquanto os versos destacam o caráter hedonista da obra (“Hora de dançar, chega de reclamar / Tudo o que eu quero fazer é festejar”), batidas e sintetizadores deliciosamente dançantes conduzem o ouvinte em direção às pistas. Pouco mais de três minutos em que a artista arremessa o ouvinte de um canto a outro, potencializando o ritmo do material.
E ela está longe de parecer a única canção do gênero a surpreender pela fluidez dos elementos. Em Bet On Me, por exemplo, a cantora vai ainda mais longe, investindo em uma combinação frenética de batidas que tendem ao breakbeat, porém, preservando a suavidade das vozes. Já na intensa Lypsinc, são camadas de sintetizadores que se projetam aos poucos, sempre densos, lembrando o som industrial do Nine Inch Nails.
Mesmo quando utiliza de uma abordagem contida, como em Alberta, a artista mantém firme a riqueza das batidas. Claro que nem todas as canções partilham do mesmo comprometimento rítmico. São faixas como Leave e pequenos interlúdios que concedem ao disco respiros pontuais, entretanto, parecem deslocadas, como reinterpretações menos interessantes daquilo que a própria cantora havia testado no álbum anterior.
Ainda que nem todo o repertório sustente o mesmo grau de invenção, The Starrr Of The Queen Of Life é um trabalho que encanta pela coesão e maneira como Friday transforma o desejo de celebração em exercício estético. Cada batida e verso dançante funciona não apenas como estímulo imediato ao corpo, mas como parte de uma arquitetura sonora que equilibra peso, textura e sensualidade com notável senso de direção.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.