Ano: 2025
Selo: Young
Gênero: Pop, Eletrônica
Para quem gosta de: Kelela e Oklou
Ouça: Sushi, Stereo Boy e Hard
Ano: 2025
Selo: Young
Gênero: Pop, Eletrônica
Para quem gosta de: Kelela e Oklou
Ouça: Sushi, Stereo Boy e Hard
Depois de se aventurar pelas pistas e sentimentos difíceis de serem traduzidos com Eusexua (2025), FKA Twigs continua a expandir esse universo criativo com Eusexua Afterglow (2025, Young). Inaugurado por Love Crimes, com seus sintetizadores ácidos e batidas que flertam com o industrial techno, o trabalho diz a que veio logo nos primeiros minutos, destacando a intensa relação da cantora com a produção eletrônica.
Entretanto, a grande beleza de Eusexua Afterglow, assim como o registro que o antecede, está na maneira como a cantora equilibra momentos de maior intensidade com faixas deliciosamente contidas. É o caso da posterior Slushy, música que preserva a essência da artista inglesa ao mesmo tempo em que evoca o R&B futurista de Kelela. É como um preparativo para o que se revela de forma ainda mais interessante em Wild and Alone, encontro com PinkPantheress que junta dois dos principais nomes do pop nos últimos meses.
Nada que prepare o ouvinte para o que somos apresentados em Hard. Enquanto as batidas conduzem em direção às pistas, versos confessionais tratam sobre o desejo de ser amada com intensidade e entrega total. “Se vai me amar, faça direito e me ame com força”, provoca a britânica. Tudo é tão forte que a já conhecida Cheap Hotel, vinda logo em sequência, acaba passando quase despercebida. Essa sensação de apagamento se também repete em Touch A Girl, um pop desbotado que nunca conclui suas ideias de maneira eficiente.
Com a chegada de Predictable Girl, o trabalho não apenas ganha novo fôlego, como ainda abre passagem para uma das principais músicas do álbum, Sushi. Celebração hedonista do flerte adulto e sem amarras, a canção soa como um convite a se perder em uma aventura noturna repleta de prazer, humor e fantasia. A própria base do material, que ainda culmina em um verdadeiro ballroom, confirma essa riqueza de ideias.
Passado esse momento de maior grandeza, Piece Of Mine encolhe para resgatar o mesmo R&B retorcido de LP1 (2014) e Magdalene (2019). É como um respiro breve que antecede o retorno às pistas em Lost All My Friends, música que avança aos poucos, sem pressa, destacando o lirismo emocional da artista. Um amargo exercício de exposição sentimental que ainda prepara o terreno para a chegada da derradeira Stereo Boy.
Consumida por versos que tratam sobre a busca por conexão com um amor vazio, mecânico e que nunca corresponde verdadeiramente, a faixa se distancia das pistas para destacar o que há de melhor na obra de FKA Twigs: a vulnerabilidade e força dos sentimentos expressos pela artista. A partir desse ponto, o álbum revela o que batida alguma é capaz de silenciar, destacando o peso da verdade emocional que há tempos orienta a obra da cantora inglesa, mas que ganha novo e intenso significado nessa expansão de Eusexua.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.