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Crítica

Sharp Pins

: "Baloon Baloon Baloon"

Ano: 2025

Selo: K Records

Gênero: Rock, Power Pop, Lo-Fi

Para quem gosta de: Guided By Voices e Alvvays

Ouça: (I Wanna) Be Your Girl e I Don’t Have the Heart

8.0
8.0

Sharp Pins: “Balloon Balloon Balloon”

Ano: 2025

Selo: K Records

Gênero: Rock, Power Pop, Lo-Fi

Para quem gosta de: Guided By Voices e Alvvays

Ouça: (I Wanna) Be Your Girl e I Don’t Have the Heart

/ Por: Cleber Facchi 18/12/2025

Mesmo em um ano já bastante movimentado, com direito ao lançamento de Radio DDR (2025), além, claro, de Ripped And Torn (2025), trabalho que marca a estreia do Lifeguard, Kai Slater ainda teve tempo para investir em mais um novo álbum de inéditas do Sharp Pins. Em Balloon Balloon Balloon (2025, K Records), o músico de Chicago preserva o power pop caseiro do registro anterior enquanto se permite experimentar.

Conceitualmente dividido em três partes, todas finalizadas por interlúdios barulhentos, o álbum destaca o olhar nostálgico de Slater, claramente inspirado pela produção de veteranos como Guided By Voices e The Beatles, porém, preservando a própria identidade criativa. Canções de um a três minutos que evidenciam o poder de síntese do compositor estadunidense, sempre capaz de hipnotizar o ouvinte em poucos segundos.

Exemplo disso fica bastante evidente quando mergulhamos no primeiro segmento do trabalho. São faixas como I Don’t Have The Heart, I Could Find Out e (I Wanna) Be Your Girl que logo encantam pelos ganchos melódicos e estruturas que atravessam o pop dos anos 1960 para dialogar com o repertório nostálgico do selo Elephant 6 na década de 1990. Uma combinação de passado e presente, reverência e reinterpretação.

Agora, quando avançamos para a porção seguinte, o olhar atento de Slater para o passado permanece, mas os caminhos percorridos são outros. Mesmo que canções como Talking In Your Sleep e (In a While) You’ll Be Mine destaquem o lado melódico do artista, o uso ruidoso das captações e maior imposição da bateria, sempre acompanhada de guitarras enérgicas, revelam o experimentalismo moderado que invade o disco.

É como um preparativo para o que se revela de forma ainda mais intensa no capítulo final do trabalho. Do momento em que tem início, em Ex-Priest / In a Hole of a Home, passando pela urgência de Takes So Long e a psicodelia de Crown of Thorns, evidente é o esforço do artista em ampliar os próprios horizontes, mesmo destacando uma série de componentes sonoros e estéticos bastante característicos da obra do Sharp Pins.

Partindo dessa divisão em três atos, Slater não apenas garante um avanço gradativo ao disco, como ainda dissolve o volume excessivo de canções em um registro equilibrado. Dessa forma, o que poderia resultar em uma extensão desnecessária do material apresentado pelo músico em Radio DDR, acaba se revelando como um complemento natural ao repertório nostálgico, ainda que profundamente autoral, do Sharp Pins.

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.