Da poesia triste que move os versos – “Não precisa falar o que vêm mim / Seus olhos são espelhos / Difícil é me ver refletida em ti” –, à lenta construção dos arranjos, encaixes e temas instrumentais que ganham peso aos poucos, cada elemento de Peixe, recém-lançado single de Clara Anastácia, reflete o cuidado e pleno domínio da cantora e compositora carioca. Frações que dialogam com a ancestralidade da artista, arrastando o ouvinte para dentro de um universo próprio.
Mesmo abertamente influenciada por nomes como Metá Metá, The Internet, Céu e Erykah Badu, difícil não lembrar do som incorporado por Xênia França durante o lançamento do primeiro álbum de estúdio da artista baiana, efeito da completa vulnerabilidade e entrega de Anastácia. Pouco menos de oito minutos em que a cantora vai do jazz ao neo-soul em uma linguagem acessível. Como complemento aos arranjos e versos, um precioso clipe dirigido por Humberto Giancristofaro.
Clara Anastácia – Peixe
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.