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Crítica

Djonga

: "O Menino Que Queria Ser Deus"

Ano: 2018

Selo: Independente

Gênero: Hip-Hop, Rap, R&B

Para quem gosta de: BK, Baco Exu do Blues e Síntese

Ouça: Estouro e Canção Pro Meu Filho

8.8
8.8

Djonga: “O Menino Que Queria Ser Deus”

Ano: 2018

Selo: Independente

Gênero: Hip-Hop, Rap, R&B

Para quem gosta de: BK, Baco Exu do Blues e Síntese

Ouça: Estouro e Canção Pro Meu Filho

/ Por: Cleber Facchi 20/05/2020

Djonga é um reflexo daquilo que sustenta nos próprios versos: “Eu sou daqueles que dá o papo reto e vive torto“. Um personagem errático em um cenário consumido pelo caos urbano, racismo, conflitos diários e a busca declarada pela sobrevivência. O Menino que Queria Ser Deus, como escancara de maneira explícita no título do segundo álbum de estúdio da carreira. Poemas angustiados, letras introspectivas e pequenas reflexões que nascem como complemento ao material entregue pelo rapper durante a produção do introdutório Heresia (2017). Um misto de ruptura e avanço em relação ao disco que o antecede, como um esforço involuntário do artista em ampliar os domínios da própria obra. “Acho que a grande questão do disco é o amadurecimento“, resumiu em entrevista à ONErpm.

De fato, tão logo tem início, em Atípico, até alcançar a derradeira Eterno, cada fragmento do disco reflete a capacidade do artista em transitar por diferentes campos da música e temáticas de forma sempre impactante. Canções que vão da forte religiosidade, como em De Lá (“Monta no cavalo, lança no dragão“), às relações familiares, em Canção Pro Meu Filho (“Meu pequeno Ogum / Me ensina a batalhar / A vitória do seu lado é uma escolha“), porém, sempre preservado a rima crua do rapper mineiro. Exemplo disso está em faixas como Junho de 94, Estouro, Corra e todo o fino repertório que serve de sustento ao álbum. Um misto de dor e celebração, angústia e serenidade, dualidade que embala de forma turbulenta a experiência do ouvinte até o último instante da obra.



Este texto faz parte da nossa lista com Os 100 Melhores Discos Brasileiros dos Anos 2010 que será publicada ao longo das próximas semanas. São revisões mais curtas ou críticas reescritas de alguns dos trabalhos apresentados ao público na última década. Leia a publicação original.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.