Ano: 2024
Selo: Paul Institute / XL Recordings
Gênero: R&B
Para quem gosta de: Fabiana Palladino e A.K. Paul
Ouça: Don't Keep It To Yourself e I Can’t Go There
Ano: 2024
Selo: Paul Institute / XL Recordings
Gênero: R&B
Para quem gosta de: Fabiana Palladino e A.K. Paul
Ouça: Don't Keep It To Yourself e I Can’t Go There
Desde que os irmãos Jai e A.K. Paul deram vida ao Paul Institute, ainda na década passada, a dupla inglesa tem se especializado na produção de registros marcados pelo caráter nostálgico e atmosfera empoeirada, como um diálogo com o R&B dos anos 1980 e 1990. Exemplo disso fica mais do que evidente quando nos deparamos com as composições de Rough & Ready (2024), estreia do músico Sean Nelson como Ruthven.
Sequência ao material entregue pelo Paul Institute em colaboração com a XL Recordings no autointitulado registro de estreia de Fabiana Palladino, Rough & Ready, como o próprio título aponta, é um trabalho que evidencia o domínio criativo, crueza emocional e entrega de Nelson durante toda a execução do material. São canções que partem de uma abordagem essencialmente reducionista, efeito direto da produção do próprio A.K. Paul, mas que potencializa arranjos e vozes nos momentos que mais precisam se destacar.
Originalmente apresentada há três anos, antes mesmo do trabalho ser anunciado, Don’t Keep It To Yourself funciona como uma boa representação desse resultado. Em intervalo de mais de quatro minutos, o músico detalha cada elementos em uma medida particular de tempo. São batidas sempre meticulosas, lembrando o estilo de produção de Phil Collins, e guitarras que vão ao encontro do repertório de Prince, proposta que estabelece parte dos conceitos que serão explorados por Ruthven até os minutos finais da obra, em Drive It.
Embora executado com capricho, não há como ignorar o fato de que muitos dos componentes explorados em Rough & Ready são reciclados de outros registros previamente lançados pelo Paul Institute. O próprio A.K. Paul conta com uma série de faixas, como Be Honest e Landcruisin’ que mais parecem ensaios para aquilo que Ruthven consolida ao longo do disco. Não por acaso, sobrevive nos momentos em que mais se distancia desse resultado a passagem para algumas das melhores composições que integram o trabalho.
É o caso de I Can’t Go There, composição em que realmente se permite ser grandioso, destacando a força dos sintetizadores que emulam arranjos de metais e vozes que avançam sobre as guitarras. Sétima faixa do disco, 123 Days é outra que chama a atenção. Soando como um encontro entre o Simple Minds de Don’t You (Forget About Me) com o Queen e David Bowie de Under Pressure, a canção destaca o lado pop do artista.
Surgem ainda outras boas composições, caso de Thru The Walls e Itch, porém, dentro do enquadramento formulaico que tanto caracteriza os trabalhos relacionados ao Paul Institute. É como se Ruthven seguisse todos os passos de um típico registro de estreia. Canções que cumprem o papel de apresentar o músico britânico e, ao mesmo tempo, possibilitam ao artista a chance de se aventurar criativamente em estúdio.
Ouça também:
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.