Lady Gaga
Pop/Electronic/Female Vocalists
http://www.ladygaga.com
Por: Cleber Facchi
Corra, esconda-se, tente se desvencilhar, mas no fim será impossível escapar das amarras que Stefani Germanotta ou simplesmente Lady Gaga irá lançar sobre você. Até o ano ter fim é bem provável que você ouça todo ou mais da metade das músicas de Born This Way (2011), segundo e mais recente disco de estúdio da atual rainha da música pop. Menos “polêmica” que em seu primeiro disco e ainda mais dançante, a cantora faz de seu novo disco uma arma infalível, cercando os quatro cantos do planeta, disparando hits como uma metralhadora precisa, onde ninguém será capaz de escapar.
Você pode até dizer que não gosta, que não é o seu tipo de música ou qualquer uma dessas desculpas que as pessoas normalmente usam para (inutilmente) se livrarem das amarras de Gaga. Porém, quem quer que tenha acompanhado (ou tentado se esquivar) do primeiro disco da nova-iorquina, e de todo o fenômeno lançado com Poker Face, já sabe que simplesmente renegar a figura da cantora é uma tarefa mais do que impossível. Seja nas pistas de dança ou simplesmente andando pela rua, involuntariamente você logo estará cantarolando os versos de suas canções. Mas em meio a tanta popularidade há de fato beleza ou qualidade na música de Lady Gaga?
Qualquer um que tenha pensado em um “não”, fazendo disso um mecanismo de alívio de consciência sabe que a real respostas para essa pergunta é grande e sonoro “sim”. Muito mais do que um conjunto de simbologias bizarras, cabelos espalhafatosas e roupas feitas de carne, são os versos da cantora, ecoando sem o auxilio de qualquer imagem por nossos ouvidos, que comprovam a excelência da diva contemporânea em cumprir com seu propósito: o de fazer música pop. Dos versos grudentos à instrumentação, tudo dentro dos trabalhos de Lady Gaga é feito para grudar e com Born This Way não é diferente.
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Chupando o máximo possível de referências oriundas das décadas de 80 e 90, a cantora faz de seu segundo disco mais um poderoso catálogo de hits e faixas que pelos próximos dois anos ecoarão nos mais variados ambientes. Basta ver o efeito que Born This Way e Judas tem causado nos últimos meses, sendo que é praticamente impossível passear pelas ruas sem que não passe um carro ou algum rádio ligado tocando a dobradinha de faixas. Os versos reproduzidos em looping, somados aos mais variados tipos de ritmos – nada do pop convencional, simples e plástico – fazem com que uma audição seja o suficiente para que a canção permaneça reverberando em nossos cérebros, até serem de forma descontrolada despejadas em um tímido cantarolar.
Boa prova de que a força de Gaga não está em seus figurinos ou no visual proposto em seus clipes, vem da elite de produtores, todos escolhidos a dedo para figurarem na produção de seu álbum. De Fernando Garibay – que além de ter trabalhado com a cantora em seu primeiro álbum, já atuou ao lado de nomes como Will.I.Am, U2 e Beck – passando por Robert John “Mutt” Lange, RedOne e Jeppe Laursen, todos atuam como especialistas em transformar um amontoado de versos e fenômenos acústicos em uma pilha de canções radiofônicas e fenômenos da música pop.
Embora faltem composições que consigam causar o mesmo impacto lançado por faixas como Poker Face, Bad Romance e Paparazzi, Born This Way se mantém como um disco conciso do principio ao fim, despejando um poderoso conjunto de faixas, onde a eletrônica se sobrepõem de forma grandiosa em relação à polidez pop, dando ao disco um caráter de força e unidade não detectável na estreia da cantora. O álbum não apenas define o que tomará os veículos midiáticos pelos próximos meses, como solidifica o fato de que a coroa de rainha da música pop agora é de Lady Gaga, e qualquer um que se oponha a isso terá uma dura batalha a enfrentar.
Born This Way (2011)
Nota: 7.0
Para quem gosta de: Katy Perry, Rihanna e Robyn
Ouça: Judas
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.