Disco: “Cole World: The Sideline Story”, J. Cole

/ Por: Cleber Facchi 27/09/2011

J. Cole
Hip-Hop/Rap/Alternative
http://www.jcolemusic.com

 

Por: Gabriel Picanço

Depois de três anos figurando na categoria de “artistas para ficar de olho” e três elogiadas mixtapes lançadas, J. Cole finalmente mostra ao mundo o seu primeiro álbum, Cole World: The Sideline Story, buscando deixar de lado o status de simples promessa. O rapper da Carolina do Norte, alocado em Nova York, começou postando suas primeiras produções em fóruns na internet, e acabou chamando atenção do público e de muita gente importante. Ele, que cresceu ouvindo Nas, Kanye West, Outkast e Jay-Z, agora recebe entusiasmados elogios desses e de outros monstros do hip hop.

O momento de virada da carreira de Cole aconteceu quando ele assinou contrato com a Roc Nation, selo de Jay-Z, após o lançamento de sua primeira mix, The Come Up, de 2007. Segundo a lenda, o negócio foi selado imediatamente após Jay-Z ouvir a faixa Lights Please, que faz parte da segunda mix, The Warm Up, e volta em versão melhorada no álbum desse ano.

Depois que Cole World ficou pronto, foi o próprio Jay-Z quem disse que se tratava de um clássico. Antes, Cole afirmou que as músicas que compunham o álbum eram aquelas “faixas boas demais para serem gastas em mixtapes”. Levando-se em consideração que sua última mixatape, Friday Night Lights, deixou os críticos especializados de boca aberta (com direito a uma rara nota 10 do site AllHipHop), declarações como estas elevaram mais ainda as expectativas pelo lançamento do disco.

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As faixas traduzem o estilo de J. Cole, um rapper sério, consciente, que dialoga com muita facilidade com os jovens. Foi capaz, por exemplo, de fazer uma música que fala sobre aborto, Lost Ones, uma das melhores faixas desse ano. Suas letras seguem introspectivas e pessoais na maioria do disco, com a exceção de alguns singles mais “hedonistas”, como Can’t Get Enough e Work Out, feitos para atender a demanda do mercado, mas que não diminuem a qualidade de Cole World.

Jay-Z, o patrão, aparece na faixa Mr. Nice Wacht, uma tentativa não muito bem sucedida de fundir hip hop e dubstep, mas que mesmo assim tem grandes chances de virar hit. Este não é um dos melhores momentos do álbum, mas, Cole, que produz a maior parte de suas músicas, merece elogios. Talvez seja esta uma das primeiras faixas originais que mescla as batidas de hip-hop com o ritmo eletrônico de graves encorpados que tanto cresce em popularidade nos Estados Unidos e no resto do mundo. Uma mistura que tem tudo para virar moda.

Pode ser que a grande sorte de J. Cole foi ter sido contratado por Jay-Z. A confiança do chefe em seu talento lhe deu a chance de trabalhar com calma e estrutura. Teve tempo para compor, amadurecer as suas técnicas de produção e lapidar as canções lançadas anteriormente, até encontrar a forma perfeita de cada uma delas.  O artista fez valer os investimentos do patrão e a espera dos fãs. O tempo no “banco de reservas”, apesar de demorado, contribuiu para que o lançamento fosse impecável, como todos esperavam.

Cole World: The Sideline Story (2011, Roc Nation/Columbia)
Nota: 7.8
Para quem gosta de:
Ouça: Lights Please  e Lost Ones.

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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.