Disco: “D”, White Denim

/ Por: Cleber Facchi 23/06/2011

White Denim
Indie/Psychedelic/Alternative
http://www.myspace.com/whitedenimmusic

Por: Fernanda Blammer

Com o ano pela metade alguns trabalhos já assumem a liderança na disputa que ao término de 2011 elegerá aquele (ou aqueles) identificados como os grandes trabalhos de toda a temporada. Se alguns nomes como Fleet Foxes, Bon Iver e James Blake já se mantém no topo das indicações, alguns trabalhos “menores” ainda brigam pela posição de destaque, como é o caso do álbum D (2011), quinto trabalho da banda norte-americana White Denim, que aos poucos tem conquistado destaque em grande parte das publicações musicais ao redor do globo motivo mais do que explicado por seu novo e excepcional trabalho.

Embora já tenham em mãos uma série de cinco discos – Workout Holiday (2008), Exposion (2008), Fits (2009), Last Day of Summer (2010) e D (2011) – é realmente raro encontrar citações o referências que realmente façam jus ao trabalho da banda original de Austin, Texas. Em suas composições, o grupo se volta à produção de um som guiado pelas frequências da psicodelia, mas que cresce e ganha destaque justamente pela inserção de um apanhado de novos estilos, temperos e ritmos distintos, indo do Blues ao Dub sem qualquer tipo de preconceito.

Em seu novo álbum, os músicos deixam aflorar a mesma efervescência e pluralidade musical adquirida no registro anterior, Last Day Of Summer de 2010, em que através da inclusão de um novo integrante e uma maior soma de possibilidades o álbum cresceu tanto no apanhado de canções quanto no número de estratégias abordadas em cada uma das canções. Enquanto nos primeiros registros era o trio Joshua Block, James Petralli e Steve Terebeck quem assumia todas as posições do trabalho, com a chegada de Austin Jenkins como segundo guitarrista torna-se visível o crescimento do projeto, não apenas em número, mas em termos de qualidade.

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Enquanto boa parte dos grupos norte-americanos que tendem a reproduzir um tipo de som adornado de formas grandiosas e instrumentação semi-orquestrada transitam por uma via de sofrimentos incontidos e acordes melancólicos, o mesmo não vale ao trabalho dos texanos. Mesmo que a musicalidade explorada ao longo do poderoso D não venha exposta nas mesmas formas que as que são entregues pelo Okkervil River, Fleet Foxes ou My Morning Jacket, o trabalho se revela como um grandioso reduto de beleza e grandes variações rítmicas.

Ao contrário dos anteriores lançamentos, em que o outrora trio se amarrava na construção de algo próximo do garage rock, com o quinto disco mesmo que a trinca de instrumentos  – guitarra, baixo e bateria – ainda seja o elemento que predomine nas composições (principalmente na primeira metade do trabalho), conforme o trabalho cresce e faixas como Is And Is And Is e River To Consider vão aparecendo surgem novas possibilidades e ineditismos dentro da obra do White Denim. Em sua quase totalidade, o disco apresenta canções que começam grandes, transformam-se em algo ainda maior e finalizam de maneira surpreendente, gerando um clímax musical que vai do começo ao fechamento do álbum.

Por mais que o trabalho se materialize na elaboração de faixas próximas de um resultado épico – Back At The FarmRiver To Consider deixam isso bem claro -, a versatilidade da instrumentação e o conjunto de músicas radiantes dão ao som dos texanos uma mobilidade e uma forma totalmente despojada. Em menos de 40 minutos o quarteto de Austin consegue proporcionar um trabalho digno de figurar com destaque entre os grandes figurões do ano, excluindo qualquer tipo de excesso e acertando por sua originalidade.

D (2011)

Nota: 8.0
Para quem gosta de: Okkervil River, tUnE-yArDs e Tame Impala
Ouça: River To Consider

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.