Venice
Brazilian/Alternative/Rock
http://soundcloud.com/veniceuwater
Por: Cleber Facchi
Não importa a direção que você corra: cedo ou tarde as guitarras do Venice irão lhe acertar em cheio. Tomados pelo espírito do rock alternativo que inundou o cenário musical do final dos anos 80 e início da década seguinte, o quarteto potiguar transforma seu primeiro registro em estúdio em uma sucessão de boas guitarras, vocais raivosos e um tipo de som que parece inundar todo o ambiente logo que tocado. Contando com o aval do selo PopFuzz, a banda não economiza esforços nos pouco menos de 30 minutos do álbum, promovendo uma série de riffs prontos para dilacerar o ouvinte.
Seguindo de maneira rigorosa a cartilha projetada por bandas como Foo Fighters (principalmente), Sugar e algumas pequenas transições pelos campos do Dinosaur Jr, o quarteto transforma o acelerado Friend (2011, PopFuzz Records) em um concentrado de oito (poderiam ser mais) duras composições, faixas que seguem sem medo de esbanjar boas doses de distorção e batidas arquitetadas para explodir os tímpanos. Sujo, porém sem cair em densas camadas de distorção, o álbum segue promovendo um som conciso até seu final, transportando o ouvinte para idos dos anos 90, sem jamais abandonar as frequências com o que há de atual.
Longe do que possa aproximar o grupo de possíveis transições pelo stoner rock – praticamente uma modinha entre boa parte das atuais bandas de rock alternativo brasileiras -, Friend segue como um trabalho tecnicamente simples, sem grandes e elaborados arranjos instrumentais, promovendo apenas o suficiente para surpreender o ouvinte em apenas uma única audição. Em cada sequência somos tomados por mais uma nova e raivosa criação, músicas aos moldes de Rec, Repeat, Rewind e Half Dead, que mesmo sem alcançar os três minutos de duração fecham todas suas lacunas e alicerçam soberanos paredões instrumentais.
Por mais que as semelhanças com o trabalho da banda de Dave Grohl sejam latentes em algumas composições – Push, por exemplo, poderia facilmente ser encontrada no recente Wasting Light -, a estreia do quarteto norte-rio-grandense passa longe de ser catalogada como um plágio ou registro pouco inventivo. O melhor exemplo disso está na constante busca por distinção em cada uma das oito composições do disco, faixas que mesmo tomadas por uma obvia similaridade em sua projeção, mantém uma constante originalidade e características totalmente próprias.
Friend (2011, PopFuzz Records)
Nota: 7.5
Para quem gosta de: Sin Ayuda, Foo Fighters e Monster Coyote
Ouça: Half Dead
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.