Disco: “Hello”, Hello Echo

/ Por: Cleber Facchi 11/02/2011

Hello Echo
Indie Rock/Alternative/Indie
http://www.myspace.com/helloechoband

 

Apesar de toda a estética ambientalista presente na arte do encarte, com a natureza enfrentando o meio urbano, o Hello Echo está bem longe de ser uma banda que luta pela nobre causa em defesa do meio ambiente. E mesmo sendo eles californianos vindos da cidade de Santa Mônica, não espere mais um lançamento no estilo “rock de praia” como muitos dos discos que tem pipocado pelos últimos meses. Mas se você leu acima o rótulo de “Indie Rock” é justamente isso que você deve esperar destes caras.

Hello (2011) é um desses discos livres de experimentalismos, passeios pela sonoridade de outros países, inovações ou qualquer tipo de elemento que ultrapasse a barreira de um rock cru e básico. Um desses trabalhos independentes, que se fosse lançado há 15 ou 20 anos rapidamente seria chamado de “clássico” ou algo muito próximo disso. Entretanto esse é um disco lançado agora e que talvez sirva para mostrar o quanto é bom saber se apoiar em construções simplistas e melódicas, ainda mais em um trabalho de estreia como esse.

Muito do que representa a sonoridade do Hello Echo está na guitarra firme de Sean Aylward, o homem que lidera o grupo e pontua com precisão as composições, através de seu instrumento energicamente bem desenvolto. A banda se completa ainda com a presença de Mike Sarno como baixista e Mikey Silva na bateria, responsável pela construção de batidas que elevam as canções a um nível quase épico em determinados momentos. Uma coisa é certa, ninguém ali precisa expor bandas como Pavement, Built To Spill e Modest Mouse como influências, afinal, isso fica mais do que claro em cada mínimo detalhe, acorde ou pela maneira como o trabalho é conduzido.

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Aos poucos você passa a perceber que o duelo impresso na capa do disco, não está somente representado ali, em uma figura. Em dados momentos o som dos instrumentos se choca, armam duelos, se espancam e divergem massivamente. I Come Back é um desses momentos. Os solos sujos de Aylward tentam a todo o momento se sobrepor em relação aos demais elementos da faixa, que por sua vez também exigem seu espaço. O mesmo, porém em escala menor, acontece em Stefano, que reserva para o final seus pequenos embates sonoros. Mas é The Comming Days, um arrasa-quarteirões desses típicos do rock indie dos anos 90, que o trio despeja com empenho todos os seus acordes firmemente construídos

Há, entretanto, calmaria no meio de tantas faixas raivosas. Começa na curtíssima Why Are We Waiting? com seus efêmeros 38 segundos, passa por Disconnect Me e se abriga nos minutos iniciais de Close Your Eyes And See, faixa que logo abandona os minutos de sossego para novamente ser preenchida pela austeridade das guitarras.

O disco conta ainda com a excelência de composições como Intently e Animals, duas faixas que transitam por momentos de bonança e exaltação, tirando o máximo desses dois elementos e afundando ainda mais álbum dentro desse constante duelo constante que é a estreia do Hello Echo.  Esse singelo “Olá” representado como o título do trabalho talvez seja contido demais, tamanha a beleza e a sinceridade que faz parte dessa ótima estreia da banda.

 

Hello (2011)

 

Nota: 7.5
Para quem gosta de: Titus Andronicus, Pavement e Modest Mouse
Ouça: The Coming Days

Por: Cleber Facchi

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.