Disco: “Let’s Go Eat The Factory”, Guided By Voices

/ Por: Cleber Facchi 05/01/2012

Guided By Voices
Indie Rock/ Alternative/ Lo-Fi
http://www.gbv.com/

Por: Matheus Castro

 

A máquina criativa do indie rock está de volta a seu grupo original. Foram seis anos suficientes para a efervescente cabeça de Robert Pollard lançar inúmeros álbuns solos, amenizando a carência de muitos por um novo trabalho do Guided By Voices, que costumava lançar discos anualmente.

Apesar da saudade dos fãs causada pela ruptura, houve o fim de um consagrado ciclo, dotado de bons trabalhos que durou mais de vinte anos, ciclo finalizado com o bom Half Smiles Of The Decomposed de (2004). Voltar, após uma carreira tão bem finalizada, poderia ser um erro ou, no mínimo, um grande desafio.

O primeiro grande passo para vencer tal desafio foi apostar na usual sonoridade da banda tanto das composições quanto de gravação e produção, que tendem pro lo-fi, embora tenham ganhado, a partir de Universal Truths and Cycles (2002), uma roupagem um pouco mais comercial e límpida.

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Os já apresentados singles de Let’s Go Eat The Factory (2012), The Unsinkable Fats Domino e Doughnut for a Snowman ajudavam a findar as tensões de dúvida, alimentando a boa expectativa em cima do novo trabalho do grupo. Enquanto a primeira citada atira para o sujo e potente indie oitentista, a outra ruma o oposto com melodias e instrumental extremamente doces e suaves.

A boa versatilidade, sempre dentro das limitações do gênero seguido, deixada pelos singles é confirmada com a primeira metade do álbum, que não só alterna do leve e limpo para o cru, mas também nos apresenta momentos de melancolia com Hang Mr. Kite e, ao mesmo tempo, traz também The Big Hat And Toy Show, um blues encaixado nos moldes indie e noise.

O bom começo, entretanto, assim como em Alien Lanes (1995) e outros álbuns da carreira do Guided By Voices, não é seguido ao longo de todas as 21 faixas. A aparição de músicas ruins se torna mais frequente no decorrer da audição, tendo como divisor de águas a genial Waves.

Os momentos de inconstância, porém, não são dominantes e não são suficientes para tornar Let’s Go Eat The Factory (2012) um fracasso, pelo contrário, a volta do grupo liderado por Robert Pollard traz um disco recheado de boas canções, seguindo o bom trabalho realizado nos discos anteriores ao hiato.

Let’s Go Eat The Factory (2011, Guided By Voices Inc. /Fire Records)

Nota: 7.2
Para quem gosta de: Sebadoh, Pavement e Superchunk
Ouça: Laundry And Lasers, Unsinkable Fats Domino
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.