Pnau
Australian/Electronic/Dance
http://www.myspace.com/pnau
Por: Fernanda Blammer
Em 2007 após a turnê do terceiro álbum do Pnau, Nick Littlemore uma das metades do projeto australiano de música eletrônica não quis saber de descanso e foi logo investindo na construção do primeiro álbum de sua outra banda, a então recente Empire Of The Sun. Com a boa recepção de seu novo trabalho ficava mais do que claro que qualquer outro trabalho ao lado do parceiro Peter Mayes acabaria atrasando, fazendo com que a dupla autora de clássicos modernos para as pistas como Embrace e With You Forever acabasse em segundo plano.
Após quatro anos em silêncio a parceria entre Littlemore e Mayes está finalmente de volta, com a dupla apresentando ao público seu quarto registro em estúdio sob a alcunha de Pnau, o dançante e mais do que aguardado Soft Universe (2011). Composto de dez faixas, o álbum revela um trabalho que pouco altera as antigas produções do duo, mantendo a mesma linha de canções dançantes, um refrão explosivo, além de densas avalanches de sintetizadores e efeitos eletrônicos que ajudaram a edificar a carreira dos australianos em mais de dez anos de atuação.
Embora definido por Littlemore como um álbum “emocional”, resultado de um término recente de relacionamento, o quarto álbum da dupla surge como um trabalho festivo, musicalmente bem desenvolvido e visivelmente o registro mais maduro lançado pelo duo até agora. Em cada uma das dez faixas que rodeiam o álbum, a dupla não mede esforços para proporcionar um trabalho que cabe inteiro na pista de dança, desenvolvendo refrões monumentais, batidas dinâmicas e uma sonoridade feita com verdadeiro entusiasmo, prova de que as férias de Littlemore ao lado do Empire Of The Sun trouxeram resultados gratificantes ao trabalho dos australianos.
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Logo que The Truth, primeiro single do disco foi apresentado no começo do ano, todos os olhares se voltaram para o território australiano com ansiedade e questionamentos, afinal, seria a banda capaz de proporcionar um disco inteiro dentro da mesma excelência apresentada pelo poderoso single? Solid Gold, segunda faixa de trabalho do duo dizia que sim, com os dois produtores se aventurando na construção de mais um verdadeiro arras quarteirões das pistas, uma faixa que involuntariamente acabava lembrando a passagem de Littlemore em seu projeto paralelo. Entretanto é com a chegada do disco que a ansiedade é suprida e os questionamentos extintos, sobrando espaço apenas para a satisfação.
Com exceção da música de encerramento, Waiting For You (faixa que realmente traduz a dor da separação relatada por Nick), Soft Universe é um álbum que não dá folga ao ouvinte. Mantendo seu ritmo de maneira sempre acelerada é impossível ouvir o disco sem eventualmente não começarmos a batucar na mesa, balançar a cabeça ou simplesmente levantar e dançar. Contrário aos anteriores lançamentos da dupla, o disco segue uma estratégia bem definida desde o momento que começa até seus segundos finais, mobilizando composições que mantém certa similaridade em sua construção, mas que revelam distintos aspectos em sua execução.
Além das boas texturas eletrônicas alcançadas pela dupla, o novo álbum do Pnau traz composições elaboradas ao lado do gênio da música pop Elton John, o que em alguns momentos resulta em canções que mesmo dolorosas em suas letras conseguem manter um ritmo grandioso e festivo, com a dupla (ou parte dela) transformando sofrimento em celebração. Poderoso, Soft Universe mostra a dupla australiana no auge de sua criatividade e sua poética e musical, um disco que não apenas surge para matar a saudade da dupla, mas para brilhar como um dos grandes projetos de eletrônica do ano.
Soft Universe (2011)
Nota: 7.8
Para quem gosta de: Empire of The Sun, Miami Horror e Van She
Ouça: The Truth e Twist Of Fate
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.