Art Vs. Science
Australian/Dance Punk/Electronic
http://www.myspace.com/artvsscience
Por: Cleber Facchi
Após uma bem sucedida série de EPs a banda australiana Art Vs. Science chega com seu primeiro disco de estúdio. The Experiment (2011) faz uma pequena retrospectiva do rock e da música eletrônica nos últimos anos, trazendo um álbum que deve funcionar bem dentro e fora das pistas. Em um ano em que Cut Copy lança seu mais recente sucesso, Zonoscope, e o The Death Set faz a estreia de seu segundo disco, o trio de Sindey não fica atrás dos conterrâneos e faz uma mistura sonora como poucos.
A história da banda teve início após Dan McNamee (guitarra, teclados e vocais) ter assistido a uma apresentação da dupla Daft Punk em 2007. Motivado, o músico foi atrás de Jim Finn (baixo, teclados e vocais) e Dan Williams (vocais e bateria), que já eram conhecidos através da banda de garagem Roger Explosion. Interessados pelo conceito de misturar rock e eletrônica, a banda partiu para suas primeiras apresentações em 2008, logo no ano seguinte soltando seu primeiro EP. Em 2010 mais dois pequenos discos deram ao grupo a oportunidade de se apresentar fora do país, abrindo shows pra o La Roux e Groove Armada. Dali para o primeiro álbum seria só questão de tempo.
E eis que chega o primeiro disco de estúdio da banda, e não é que ele é bom. Nas treze faixas que compõem o trabalho o trio faz uma mistura perfeita entre o peso do indie rock com toques nada modestos de música eletrônica. Um experimento com quase uma hora de duração em que a banda faz uma pequena viagem pela música (principalmente eletrônica) nas últimas três décadas. Do hip-hop e o synthpop nos anos 80, o Techno e a música pop na década de 1990, além da cena MAXIMAL e todas os elementos conceituais dos anos 2000 vão amarrando todas as canções do álbum.
Cada uma das canções revela um artista, banda ou movimento que inspira o trabalho dos australianos. Em Take a Look At Your Face o trio destila um rock sujo, repleto de batidas ruidosas que remetem desde Daft Punk ao Justice, sem contar com a forma de cantar meio versada que lembra os trabalhos do Beastie Boys nos anos 90.
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Há também um pouco de todas essas bandas que fizeram o rock mais dançante nos anos 2000, como Klaxons e The Rapture, sem contar nos pequenos toques de experimentalismo.
Ainda nos clima dos anos 90 vem Magic Fountain, aquele tipo de faixa que lembra fácil o que Tom Rowlands e Ed Simons, a dupla The Chemical Brothers, fazia em seus álbuns de estreia, principalmente o Dig Your Own Hole de 1997. As programações eletrônicas e os sintetizadores também remetem à faixa Stress do Justice, principalmente nos momentos finais da música. Claro que o trio não deixa de lado as influências locais, como With Thoughts, canção que desenvolve os sintetizadores de maneira brilhante, aos visíveis moldes do In Ghost Colours (2008) dos conterrâneos do Cut Copy.
Uma coisa é certeza ao ouvir The Experiment: é impossível ficar estático ao som desse disco. Quando você pensa que o furor das faixas de abertura já passou e o disco vai se encaminhar por um rumo mais contido, a banda chega despejando mais uma quantidade absurda de hits dançantes. Rain Dance, Sledgehammer, New World Order e Bumblebee (uma das mais explosivas do disco) traduzem a excelência da banda, quando o objetivo é fazer você dançar. Talvez Heavy Night mostre o lado menos dançante da banda, através dos solos de guitarra categoricamente inspirados no Gang of Four.
Mesmo na canção de fechamento do álbum, Before You Came To This Place, o trio de Sidney não apresenta cansaço. As aspirações ao dance punk, que se desenvolve em vários momentos do álbum se firmam com brilhantismo nessa faixa. A sintonia da banda e a boa finalização das faixas fazem com que seja impossível encontrar lacunas ou momentos menos inspirados no decorrer do trabalho. Se a intenção do Art VS. Science era a de fazer um trabalho feito para as pistas e ainda assim duradouro eles conseguiram.
The Experiment (2011)
Nota: 8.0
Para quem gosta de: Cut Copy, Daft Punk e The Chemical Brothers
Ouça: Magic Fountain
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.