Lo-Fi-Fnk
Swedish/Electropop/Indie
http://www.lo-fi-fnk.com/
Por: Cleber Facchi
Para os entusiastas da música eletrônica e todos seus cruzamentos com diversos gêneros musicais, 2011 definitivamente tem se apresentado como um ano de glórias e grandes lançamentos. Após os surpreendentes retornos de bandas como Cut Copy e The Rapture, a explosão da Nu-Disco do Dubstep, o debut de gente como AraabMuzik e Washed Out, agora é vez de outro conhecido grupo dar as caras novamente. Depois de cinco anos se reservando apenas para pequenos singles, remixes e shows esporádicos, Leo Drougge e August Hellsing regressam com seu divertido Lo-Fi-Fnk, tentando reviver as mesmas sensações proporcionadas por seu electropop na década passada.
Correndo todos os riscos de apresentar um trabalho redundante ou pouco inventivo, o duo sueco que iniciou o projeto em idos de 2001 segue a mesma cartilha desenvolvida pelo Pnau em seu quarto e mais recente lançamento, Soft Universe, apresentando um álbum feito unicamente para dançar. Envoltos por melodias fáceis, versos que grudam feito chiclete e batidas carregadas de despojo, o duo vindo da capital Estocolmo não poupa seus sintetizadores, elaborando um que deve agradar não somente seus já antigos e saudosos fãs, mas um público completamente novo e que provavelmente jamais tenha ouvido falar de seus anteriores lançamentos.
Caso você seja um daqueles indivíduos que esperam por um trabalho que concentre todos seus esforços na parte inicial do álbum, então The Last Summer (2011, Columbia) talvez não seja o disco mais indicado para você. Embora as faixas iniciais do trabalho sejam de profundo agrado, capazes de impressionar tanto quem busca por um som essencialmente descontraído, como por aqueles que esperam por um trabalho mais arriscado e bem elaborado, incontestavelmente os melhores momentos do segundo registro da dupla sueca se concentram eu sua segunda metade.
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=jPwnktqnq2o]
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=DebfeHdS43g]
Enquanto os minutos iniciais do disco parecem perfeitos para os antigos ouvintes da banda – que desde o lançamento de Boylife em 2006 esperam por um segundo disco do duo -, deixando explodir faixas como Last Summer e Boom, a partir de Want U, sexta faixa do álbum que todo o poderio do Lo-Fi-Fnk parece finalmente se revelar. Sintetizadores sincopados e letras extremamente convidativas vão ditando as regras da dupla, que não contente em montar uma ou duas grandes canções entrega uma sequência de possíveis hits.
Enquanto U Can Have It parece propor um tipo de música típico da segunda metade da década passada, Forever se concentra em diferentes períodos do meio musical, deixando que suas batidas soltas construam uma das mais poderosas faixas do trabalho, tudo isso enquanto um teclado descontrolado vai pintando as bases da canção. É com Sleepless, entretanto, que o duo alcança seu melhor resultado, transformando a faixa em um verdadeiro caleidoscópio de beats, synths e vocais cuidadosamente encaixados, sobra até para um saxofone esquizofrênico marcar presença, tornando a música ainda mais vasta.
Superior ao trabalho que o precede, The Last Summer mostra que os anos em hiato trouxeram excelentes resultados ao trabalho do duo Drougge e Hellsing, que mesmo mantendo o mesmo espírito e as sensações do trabalho anterior traz uma nova carga de referências ao seu trabalho, não lançando algo que revoluciono o gênero ao qual estão atrelados, porém propondo um som que inviabilize a dupla de se cercar de redundâncias. Contrário ao que é apresentado no título do trabalho está longe de ser este o último verão do Lo-Fi-Fnk.
The Last Summer (2011, Columbia)
Nota: 7.5
Para quem gosta de: Pnau, Van She e Housse de Racket
Ouça: Sleepless
[soundcloud width=”100%” height=”81″ params=”” url=”http://api.soundcloud.com/tracks/4726212″]
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.