Disco: “Win Win”, Win Win

/ Por: Cleber Facchi 14/02/2011

Win Win
Electronic/Dance/Electro
http://www.myspace.com/winwin

Vista uma roupa confortável, esteja bem hidratado(a), calce e amarre bem seus tênis, fique pronto(a) e se jogue na balada ao som do Win Win. Durante os 52 minutos de duração do disco você não pode parar. Acostume-se às luzes piscando, ao som alto e acima de tudo: divirta-se. Se a intenção da tríade de produtores que compõem o projeto era a de fazer um disco dançante eles até que conseguiram, mas se a vontade era de desenvolver algo a mais, então precisamos ver isso aí.

O Win Win nada mais é do que a união dos produtores Alex Epton, mais conhecido como XXXChange e integrante do grupo de hip-hop Spank Rock, Chris Delvin que faz parte de um duo de eletrônica chamado Delvin & Darko, além do artista plástico/cineasta Ghostdad. Enquanto os dois primeiros surgem como responsáveis pelo desenvolvimento do som produzido no auto-intitulado trabalho do trio, o último se responsabiliza por todos os vídeos e as questões visuais do grupo. Basta ver o teaser feito por ele para introduzir o público ao som desse novo projeto.

Uma coisa está mais do que clara, essa estreia do Win Win não tem nada de muito interessante. Você pode tocar boa parte das canções desse disco em uma festa, que elas vão até agradar e garantir boas horas de animação, porém sabe aquela sensação de que “poderia ser melhor”? Então, isso é o que incomoda em todo o álbum. Parece que a dupla responsável pela parte do som resolveu socar tudo dentro do disco sem saber ao certo o que estavam fazendo. E pela experiência de Epton ele deveria mais do que saber o quanto isso é problemático. Você não sabe se o trabalho pode ser classificado como experimental, eletrônico ou o que seja, você só sabe que está tudo confuso dentro desse álbum.

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Veja Victim, aquele começo meio “vamos colocar umas guitarras bem sujas aqui para dar um clima”, aí entram as batidas e as programações eletrônicas (que são até boas), mas que logo vão se tornando cansativas e se focando em repetições desnecessárias. Talvez Future Again WinWin Club Mix seja a melhor faixa do álbum por justamente se manter coerente do começo ao fim. É aquela eletrônica repleta de sintetizadores e auto-tunes que o Daft Punk nos ensinou a amar/respeitar e que aqui consegue dar conta do recado.

Release RPM traz Lizzie Bougatsos do Gang Gang Dance para dar o ar de sua graça, entretanto, o que teria tudo para ser uma daquelas faixas feitas para botar a pista abaixo acaba se transformando em uma criação que acaba se perdendo e se transformando em um som enfadonho. Nem Alexis Taylor do Hot Chip consegue levantar os ânimos em Interleave With You, até mesmo pelo fato da faixa ser tão lenta e tediosa que dá até pra tirar um cochilo ouvindo ela. Se o Win Win quisesse produzir um disco de eletrônica com momentos mais “contemplativos” talvez devesse ter ouvido mais da banda de Alexis para entender o que fazer.

Mas talvez nenhuma faixa seja tão ruim quanto Pop A Gumball. É como se uma versão pirata do Nine Inch Nails se chocasse com outra versão pirata do David Guetta. Você pode até dar uma pausa na faixa e perguntar “Isso é sério?”. Na verdade o disco todo é um trabalho reflexivo, mas no sentido de você refletir e perguntar: “como alguém tem coragem de lançar uma coisa dessas?”. No fim das contas o Win Win é só um disco com uma capa bonita e alguns vídeos interessantes, todos feitos para ouvir no mute.

Win Win (2011)

Nota: 5.4
Para quem gosta de: Spank Rock, Delvin & Darko e Hot Chip
Ouça:  Future Again WinWin Club Mix

Por: Fernanda Blammer

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.

Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.