Orquestra Imperial
Brazilian/Samba/Alternative
http://www.myspace.com/orquestraimperial
O que seria uma simples orquestra de gafieira pensada de maneira pueril na mente dos saudosistas Berna Ceppas e Kassin, logo se transformaria em um dos projetos musicais mais audaciosos do país na última década. Criada em 2002 a Orquestra Imperial tinha como objetivo inicial relembrar os antigos bailes de carnaval e festas de época que marcaram o Rio de Janeiro, entretanto o crescimento do projeto, assim como a gama de participantes que vinham para integrar a orquestra, em 2007 foi lançado Carnaval Só Ano Que Vem, um trabalho embalado por sambas, marchinhas carnavalescas e entusiasmo.
Formada por (preparem-se) Bartolo, Berna Ceppas, Bidu, Bodão, Domenico, Felipe Pinaud, Kassin, Leo Monteiro, Mauro Zacharias, Max Sette, Moreno Veloso, Nelson Jacobina, Nina Becker, Pedro Sá, Rodrigo Amarante, Rubinho Jacobina, Stephane San Juan, Thalma de Freitas e Wilson das Neves além de um número grandioso de participações especiais. A banda caiu rapidamente no gosto do público alternativo, muito pela presença de Rodrigo Amarante (Los Hermanos) e Kassin, por conta de seus projetos voltados a esse tipo de público. A Orquestra ganhou seguidores e o público alternativo foi apresentado ao samba, uma justa troca.
Mas e por trás de todos os murmurinhos sobre o trabalho da big band carioca existe algo realmente interessante? E como. O álbum funciona como um belíssimo apresentar de ritmos para quem desconhece ou conta com um parco conhecimento sobre o samba de gafieira, música latina, marchinhas de carnaval e até o jazz. A nova roupagem dada a esse tipo de música serve também aos já iniciados nesse tipo de som, a forma jovial que conduz cada uma das onze canções do disco em nada deixa merecer a antigos trabalhos do gênero.
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O grupo passeia por canções mais compenetradas como O Mar e o Ar, daquelas feitas para se dançar a dois, com sua instrumentação delicada e que lentamente se desdobra em novas nuances. Nessa mesma linha estão Jardim de Alah, Rue De Mes Souvenirs (cantada em francês e embalada pelos vocais belíssimos de Thalma de Freitas) e ainda De Um Amor em Paz essa aos comandos vocálicos de Nina Becker.
Mas é destilando canções alegres e tomadas por um clima dançante que a banda entrega seus melhores exemplares. Começa através da divertida Ereção composição de Max Sette e Domenico, Yarusha Djaruba com sua aura de música cubana embalada pelo vocal manhoso de Amarante, passa por Salamaleque, Ela Rebola e finda com a excelente Supermercado do Amor, uma marchinha de carnaval recheada por boas doses de guitarras e sonoridade festiva.
A estreia da Orquestra Imperial não é apenas um conjunto de sambas marotos e baladas climáticas de cabaré, o álbum consegue, mesmo que durante seus menos de quarenta minutos, jogar o ouvinte para dentro dos antigos bailes de época, faz com que você fique imaginando pessoas mascaradas, fitinhas coloridas por todos os lados e confetes sendo arremessados. Uma verdadeira viagem no tempo que se mistura a sons contemporâneos.
Carnaval Só Ano Que Vem (2007)
Nota: 8.3
Para quem gosta de: Los Hermanos, +2 e Móveis Coloniais de Acaju
Ouça: Supermercado do Amor
Por: Cleber Facchi
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.