Moptop
Brazilian/Indie Rock/Alternative
http://www.myspace.com/moptopyeahrock
Por: Cleber Facchi
Muito além de ser uma mera versão, um “Strokes brasileiro”, os cariocas do Moptop tiveram um papel essencial para apresentar ao grande público a forma com que o rock, as guitarras e a poesia juvenil se movimentavam dentro do novo século. Lançado em 2006, a autointitulada estreia do quarteto do Rio de Janeiro mostrou todo o frescos, sons polidos e uma forma até então diferente de fazer música. Em meio a canções de amor e questionamentos sobre amadurecer, o grupo brinca, despeja suas doses de energia e nos convida pra dançar.
Seria claramente um erro caracterizar a banda como “inovadora”, afinal, boa parte do que figura dentro desse debut do Moptop provém em grande quantidade de Is This It (2001), disco de estreia dos norte-americanos do The Strokes. Entretanto, o simples fato de Gabriel Marques, Rodrigo Curi, Daniel Campos Mário Mamede exporem seus versos em português prova que há aí uma sincera adaptação, uma forma de enxergar o som dos anos 2000 com outros olhos.
Fundada em 2003, a banda tinha em seu embrião músicas cantadas em inglês e que bebiam perceptivelmente do rock britânico dos anos 90 (quando ainda se chamavam DeLux). Após o CD demo Moonrock lançado em 2005 e rápida aceitação do público pelas canções em língua pátria, o grupo mudou de nome (inspirado nos cortes de cabelo dos Beatles) e se assumiu de vez como uma genuína banda brasileira. Dali para a boa repercussão, em boa parte gerada pela internet seria um pulo, ou mais especificamente, uma música.
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Três minutos e dezessete segundos, esse é o tempo necessário para os cariocas virarem sua cabeça com O Rock Acabou, faixa que concentra todas as referências que convergem para dar origem ao som do grupo. Guitarras aceleradas, uma letra muito bem construída e os vocais de Marques explodindo de forma emocionada e sincera. Você pode simplesmente se esquivar de todas as outras faixas do disco, mas escapar de ser atingido por esse brilhante registro é simplesmente impossível.
Seguindo uma linha bem similar, o grupo ainda nos presenteia com ótimas canções, como Bem Melhor, com sua poesia melancólica e ainda assim esperançosa, ou ainda a dicotômica Paris, um ótimo tratado sobre términos de relacionamentos e um dos melhores feito nos últimos tempos. Acima de tudo, o quarteto consegue soar pop, grudento e não descartável como boa parte dos artistas “emo” que passavam a se evidenciar durante o período, provando que o grupo ia muito além de uma cópia.
Colhendo os frutos do álbum e tocando de leve no Mainstream, os cariocas fariam parte do especial DVD MTV Ao Vivo: 5 bandas de rock (2007), além de figurarem na novelinha global Malhação. A boa repercussão da banda dentro da mídia convencional, além de uma série de shows garantiria ainda um segundo disco – Como se Comportar (2008) – com o grupo dando sequência ao mesmo tipo de som enérgico e dinâmico do álbum de estreia.
Moptop (2006)
Nota: 8.0
Para quem gosta de: Rockz, Sabonetes e Pública
Ouça: O Rock Acabou
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.