Starfucker
Electronic/Indie Pop/Experimental
http://www.myspace.com/strfkrmusic
“Música feita para dançar, mas que você também pode ouvir” essa é a definição de Joshua Hodges para sua banda, o Starfuker, e não há característica melhor para o som feito pelo quarteto de Portland. As canções que se constroem em meio a batidas e acordes experimentais de teclados engraçadinhos, vocais em falsete e colagens sonoras contam com um formato voltado para as pistas, mas que ainda assim pode funcionar como simples apreciação.
De Passion Pit à Discovery, comparações não faltam ao grupo formado por Joshua Hodges (vocal, teclados, guitarra, bateria), Ryan Biornstad (guitarra, teclado, vocais), Shawn Glassford (baixo, teclados, bateria) e Corcoran Keil (bateria, teclados, vocais). Mesmo sendo anteriores às bandas citadas é inegável a coincidência principalmente através do uso massivo dos teclados e programações eletrônicas.
O primeiro álbum do grupo veio em 2008 e era um condensado de faixas estranhas, embora melodicamente bem formatadas. Composto de 11 canções o disco homônimo contava com vocais que se ocultavam em meio a reconfigurações eletrônicas e que em diversas vezes era substituído por gravações de filmes, trechos de comerciais ou registros vocais caseiros da própria banda. Divertido, o álbum contava com ótimas faixas como a intensa Florida, a pop psicodélica German Love, ou ainda a quase infantil Myke Pytson.
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Contudo o clima excessivamente caseiro do disco e em alguns pontos orientado por uma extensa precariedade nas composições não conseguiu chamar a atenção das revistas e sites especializados. O mesmo não aconteceu com o público, que sempre compareceu nas apresentações do grupo, figura sempre garantida entre os principais festivais norte-americanos.
Ao invés de manterem o mesmo ritmo do trabalho de estreia, com Jupiter (2009) o segundo disco de estúdio do Starfucker, um clima inseguro acaba se instaurando. Embora as faixas contem com uma produção muito melhor do que a do álbum de estreia falta ao grupo o feeling que existia nas canções de outrora. Curtíssimo (são apenas oito faixas) o disco conta com a ótima Medicine e um cover esquizofrênico de Girls Just Wanna Have Fun de Cyndi Lauper que não agrada em nada.
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Para completar a banda resolveu mudar de nome, em vista de alguns problemas para integrarem programas de rádio ou TV. Veio então o PYRAMID (assim, em maiúsculo mesmo) que “surgiu” tão rápido quanto desapareceu. Meses após a substituição o nome original do grupo voltou, parte pela indignação do sempre fiel grupo de fãs que se manifestou através do MySpace da banda e de outros mecanismos virtuais. Em 2010 a banda lançou um EP virtual com restos de estúdio e alguns remixes, novamente sobre a alcunha de Starfucker.
Passada a fase tenebrosa o grupo volta com seu mais recente lançamento Reptilians (2011). Dessa vez o álbum sabe unir com eficácia a energia da banda e uma ótima produção. As composições sempre acompanhadas de teclados marcantes e inserções sonoras distintas geram excelentes faixas como Born a faixa de abertura, Julius (agora sim inspirada pelo Passion Pit) e Hungry Ghosts que parece ter saído do primeiro disco do grupo.
Composto de 14 faixas (as duas últimas são bônus) a banda parece definitivamente ter voltado aos eixos. Embora as canções não agreguem o mesmo espírito juvenil dos primeiros lançamentos a nova sonoridade mais “adulta” do grupo expressa em canções como Mona Vegas agradam e contam com uma instrumentação repleta de propriedade. Sobra até para o grupo buscar por uma musicalidade mais “orgânica” como ocorre com a faixa título, mas é nas programações eletrônicas que o grupo encontra seu acerto. Millions e Quality Times com uma sonoridade quase 8-bit e puro vigor eletrônico demonstram que a força do Starfucker está em brincar com a tecnologia.
Starfucker (2008)
Nota: 7.1
Para quem gosta de: Passion Pit, Discovery e Neon Indian
Ouça: Florida
Jupiter (2009)
Nota: 5.0
Para quem gosta de: Passion Pit, Discovery e Neon Indian
Ouça: Medicine
Reptilians (2011)
Nota: 8.0
Para quem gosta de: Passion Pit, Discovery e Neon Indian
Ouça: Julius
Por: Cleber Facchi
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.