Ano: 2025
Selo: Little Tokyo
Gênero: R&B
Para quem gosta de: Amber Mark e Jazmine Sullivan
Ouça: Wildflowers, All Of Me e Light Years
Ano: 2025
Selo: Little Tokyo
Gênero: R&B
Para quem gosta de: Amber Mark e Jazmine Sullivan
Ouça: Wildflowers, All Of Me e Light Years
NAO há muito parece ter encontrado a melhor forma de explorar a própria voz e sentimentos a cada novo álbum de estúdio. E isso fica ainda mais evidente ao avançarmos pelas composições de Jupiter (2025, Little Tokyo), registro que não somente marca o retorno da cantora e compositora britânica após um intervalo de quatro anos, como ainda destaca o domínio criativo e força da artista durante toda a execução do material.
Primeiro registro de inéditas da cantora desde And Then Life Was Beautiful (2021), o sucessor espiritual de Saturn (2018) mais uma vez posiciona as vozes da artista em primeiro plano de forma a estreitar laços com o ouvinte. São canções sempre confessionais, mas que substituem o habitual toque de melancolia que tem sido incorporado desde For All We Know (2016) por um repertório romântico e essencialmente radiante.
“Eu esperaria anos-luz / Por você”, canta em Light Years, música que escancara a força dos sentimentos em Jupiter e a entrega de NAO em estúdio. É como se a artista soubesse exatamente que direção seguir a cada nova composição, substituindo momentos de possíveis experimentações pela segurança de um álbum que se apoia em essência no que há de melhor na produção da cantora que já contabiliza dez anos de carreira.
Dessa forma, NAO vai do R&B reducionista de All Of Me, composição que aprece saída de For All We Know, aos temas ensolarados de Elevate, canção que poderia ser incorporada ao repertório de And Then Life Was Beautiful, sem medo de se repetir criativamente em estúdio. São músicas talvez livres de grandes rupturas, mas que acabam convencendo o ouvinte pela produção caprichosa e evidente domínio vocal da britânica.
Embora tenda ao conforto, Jupiter garante ao público algumas surpresas. É o caso de Happy People, música em que utiliza de elementos de afrobeats, como uma extensão natural do que havia testado há dois anos na deliciosa Balance. A própria composição de abertura, Wildflowers, é outra que chama a atenção do ouvinte pela forma como a cantora resgata o soul produzido nos anos 1960 e 1970, contudo, de maneira atualizada.
Com uma produção refinada e canções que equilibram romantismo e nostalgia, o trabalho se apresenta ao público como um reflexo da maturidade artística da cantora, que, mesmo revisitando elementos dos discos anteriores, encontra novas formas de atrair o ouvinte. Um delicado exercício criativo que chama a atenção pela consistência e domínio técnico da britânica, mas em nenhum momento oculta a força dos sentimentos.
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Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.