Ha Ha Tonka
Alt. Country/Alternative/Indie Rock
http://www.myspace.com/hahatonka
Por: Fernanda Blammer
Decepcionado (a) com o vergonhoso último disco do Kings Of Leon? Em busca de outra banda que mescle o indie rock com sonoridades da música country? Então o quarteto de Springfield Ha Ha Tonka é uma boa escolha. Entregando agora seu quarto disco de estúdio denominado Death of a Decade (2011), o grupo que teve início em 2002 faz desse novo registro uma série de canções que se desdobram entre o enérgico e o melancólico, em que a instrumentação semi-elétrica abre espaço para que você calce suas botinas, vista seu chapéu e entre de vez no clima do álbum.
Embora o quarteto não seja lá tão conhecido, mesmo dentro do cenário alternativo, a sequência de bons lançamentos do grupo faz com que sejam indispensáveis aos amantes do Alt. Country. Seguindo a mesma linha explorada em Novel Sounds of the Nouveau South (2009), último disco de estúdio da banda até então, o presente álbum se veste de uma instrumentação mais acessível e dinâmica, evitando alguns clichês típicos de artistas do gênero, embora ainda agregue toda a carga regional explorada nos primeiros trabalhos do grupo.
Talvez a mudança mais latente nesse quarto álbum seja a maneira quase voltada ao rock de arena com que a banda encaminha algumas canções. Ususal Suspect e Westward Bound, assim como a faixa título carregam uma somatória de guitarras ordenadas de maneira sempre crescente, até um desfecho, não catártico, mas visivelmente entusiasmado, algo que se contrasta com a maneira mais controlada exposta nos anteriores registros do grupo. Principalmente em Death of a Decade (a música) o apoio de vocais traz ainda essa perspectiva de “música para se cantar em coro”, embora a banda ainda se mantenha em um meio termo disso.
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Ao mesmo tempo em que dispõem de faixas um pouco mais grandiosas, o quarteto – formado por Lennon Bone, Brett Anderson, Brian Roberts e Luke Long – diminui o passo para entregar composições menos expansivas e até mais detalhistas. É o caso de Hide it Well, em que há desde uma instrumentação acústica típica do cancioneiro norte-americano, até um arranjo de vozes que estimulam os picos de suavidade da faixa e consequentemente do disco.
Contudo, Death of a Decade brilha realmente em seus momentos nada contidos. Seja por despejar acordes roqueiros e enérgicos em Made Exemple Of (com a banda se aproximando de seu lado pop) ou quando se afunda de vez dentro da sonoridade típica da música country, como ocorre em Lonely Fortunes, mas o fato é que, expondo seus sons de forma mais expansiva a banda consegue não somente nos entregar um melhor resultado instrumental, como deixam que uma sonoridade, que possa ser considerada como típica do grupo acabe se manifestando.
O Ha Ha Tonka não encontra problemas nesse novo disco, porém deixa a desejar em determinados momentos, muito pela ausência de hits mais abrasivos. Claro que Problem Solver, Ususal Suspect e algumas canções até assumem esse posto, porém o excesso de simplicidade (mesmo com a banda se mostrando profundamente detalhista em sua instrumentação) faz com que o álbum sofra um grande desgaste, mesmo nas primeiras audições. Um pouco mais de empenho e o resultado sem dúvidas seria ainda melhor.
Death Of A Decade (2011)
Nota: 7.0
Para quem gosta de: Kings Of Leon, Black Pistol Fire e Drive-By Truckers
Ouça: Westward Bound
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.