O público que acompanha a obra de Nicolas Jaar não tem do que reclamar. Em um intervalo de poucos meses, o cantor, compositor e produtor nova-iorquino deu vida a uma série de registros inéditos. Primeiro, foi a vez da coletânea 2017–2019 (2020), retorno do paralelo Against All Logic e síntese do lado mais dançante do músico. Em seguida, foi a vez do experimental Cenizas (2020), registro em que investe no uso de texturas eletrônicas e delicadas camadas instrumentais, conceito que volta a se repetir com a entrega do terceiro e mais recente lançamento do artista: Telas (2020).

Com distribuição pelo selo Other People, comandado pelo próprio multi-instrumentista, o álbum de apenas quatro faixas nasce como um ponto de equilíbrio entre os dois últimos registros autorais de Jaar. São canções marcadas pelo uso de abstrações minimalistas, batidas eletrônicas, ruídos e vozes de forma sempre inexata, torta. Exemplo disso ecoa com naturalidade na própria música de abertura do trabalho, Telahora. Pouco mais de 16 minutos em que o artista pare de ambientações sintéticas e camadas de guitarras para apontar a direção seguida no restante da obra. Ouça:

Nicolas Jaar – Telas