Depois de revelar ao público uma sequência de obras como integrante do Cabana Café — Panari (2013) e Moio (2016) —, provar de temas eletrônicos no colaborativo Superfície (2015), único trabalho do P A R A T I, e de brincar com as possibilidades em um homônimo EP de três faixas, Rita Oliva entrega ao público o primeiro álbum de estúdio como Papisa. Intitulado Fenda (2019), o disco produzido e tocado quase inteiramente pela própria artista encontra na força da alma feminina, versos marcados pelas metáforas e instantes de forte entrega emocional a base para o repertório de nove faixas que serve de sustento ao registro.

São faixas como a já conhecida A Velha, música de essência minimalista, mas que se completa pela letra marcada que vai o da passagem do tempo à ancestralidade feminina. Em Roda, um rock melancólico, ainda que acolhedor, estrutura que vem sendo aprimorada pela cantora desde o início dos trabalhos em carreira solo. Surgem ainda músicas como a recente Terra, bem-sucedida colaboração com Luna França que rompe com qualquer traço de morosidade, mergulhando o trabalho em camadas de sintetizadores, ruídos e vozes fortes. Um dos grandes lançamentos do ano, Fenda já pode ser ouvido em todas as plataformas digitais.

Papisa – Fenda