Ano: 2025
Selo: Apron Records
Gênero: Eletrônica
Para quem gosta de: Teto Preto e Vermelho
Ouça: Touch Me, Reason Why e We Can Make It
Ano: 2025
Selo: Apron Records
Gênero: Eletrônica
Para quem gosta de: Teto Preto e Vermelho
Ouça: Touch Me, Reason Why e We Can Make It
Pouco mais de um ano após o lançamento do último trabalho de estúdio, Zopelar está de volta com Call It Love (2025, Apron Records). Sequência ao material entregue em Ritmo Freak (2024), além de uma série de outros EPs apresentados pelo produtor paulistano, como Astral Dynamics (2024) e Fórnix (2025), o registro destaca o forte caráter exploratório do artista que continua a se desafiar criativamente dentro de estúdio.
Parte desse resultado vem da escolha do produtor em não investir apenas em canções instrumentais, mas em faixas que se abrem para a chegada de diferentes parceiros criativos. É o caso de Ashira, com quem o artista divide a hipnótica We Can Make It, um R&B reducionista que tanto aponta para a produção dos anos 1980 e 1990, como dialoga com as criações de nomes recentes, como a produtora canadense Jessy Lanza.
Quem também aparece em Call It Love é Loïc Koutana. Parceiro de longa data do produtor, o artista assume os versos de Je T’Aime, composição que se completa pela coprodução do alemão Retromigration. Minutos à frente, na própria faixa-título do trabalho, é o rapper Hernbean5150 quem dá as caras, levando a obra para outras direções, efeito direto da sobreposição das rimas que avançam sobre a base enevoada da canção.
Claro que isso não interfere na entrega de músicas assumidas integralmente por Zopelar. É o caso de Touch Me. Pronta para as pistas, a composição não apenas segue de onde o artista parou no disco anterior, como potencializa a construção das batidas. A própria Reasons Why, revelada logo em sequência, é outra que atrai pela riqueza dos detalhes e camadas de sintetizadores que conduzem o ouvinte em direção às pistas.
O problema é que, até alcançarmos essas músicas mais encorpadas, Zopelar se perde em meio a canções excessivamente reducionistas ou que pouco acrescentam quando próximas de outros registros do artista, como Universo (2021) e Mensagem (2021). A própria sequência de abertura, formada por 33 e Highness, torna isso bastante explícito, arrastando o ouvinte até a eficiente entrega da entusiasmada We Can Make It.
Ainda assim, Call It Love jamais se acomoda. Mesmo nos momentos em que ameaça perder fôlego, Zopelar tem sempre uma carta na manga — como em Pixta, que surge como um ponto de virada com sua atmosfera vibrante e detalhismo rítmico. É essa capacidade de alternar entre o minimalismo e a abundância, entre o controle e o risco, que sustenta a força do trabalho. Um registro que, embora irregular em alguns trechos, reafirma a habilidade do produtor paulistano em manipular tensões sem nunca perder o pulso da pista.
Ouça também:
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.
Jornalista, criador do Música Instantânea e integrante do podcast Vamos Falar Sobre Música. Já passou por diferentes publicações de Editora Abril, foi editor de Cultura e Entretenimento no Huffington Post Brasil, colaborou com a Folha de S. Paulo e trabalhou com Brand Experience e Creative Copywriter em marcas como Itaú e QuintoAndar. Pai do Pudim, “ataca de DJ” nas horas vagas e adora ganhar discos de vinil de presente.